Apresentação

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

O Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGMT), área de concentração Doenças Tropicais e Infecciosas, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) funciona em convênio amplo com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Apresenta caráter interdisciplinar e multiprofissional, constituindo-se em espaço acadêmico para formação de mestres e doutores. Trata-se de um dos dois únicos programas de pós-graduação em Medicina Tropical/Doenças Infecciosas da Região Norte do Brasil.

CAPES: Avaliação Quadrienal 2017 Conceito 5
Período de avaliação: 2017 a 2020
Área de avaliação: Medicina II

Histórico

 

A UEA ao longo de sua existência acumulou um patrimônio físico de 05 Escolas Superiores em Manaus, 04 Centros de Estudos Superiores localizados em Itacoatiara, Tefé, Tabatinga e Parintins e 12 Núcleos de Ensino Superiores localizados em Boca do Acre, Carauari, Coari, Eirunepé, Humaitá, Lábrea, Manacapuru, Manicoré, Maués, Novo Aripuanã, Presidente Figueiredo e São Gabriel da Cachoeira e mais 20 núcleos em processo de estruturação em Apuí, Autazes, Barcelos, Boa Vista do Ramos, Borba, Careiro, Fonte Boa, Ipixuna, Jutaí, Nova Olinda do Norte, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Tapauá, Urucurituba, Santo Antônio do Içá, Envira, Itapiranga, Beruri, Barreirinha e Nhamundá. É atualmente a maior Universidade Multicampi do Brasil, contribuindo, por meio dos cursos de graduação e pós-graduação para estimular a permanência de seus egressos no interior, motivados pela geração de oportunidades de trabalho.

 

A FMT-HVD, por sua vez, é uma Autarquia do Governo do Estado do Amazonas que tem como objetivo principal a excelência na assistência aos seus clientes, em regime Ambulatorial, Hospital-Dia e Internação Hospitalar, em conformidade com os princípios de integralidade, equidade e universalidade do Sistema Único de Saúde. Dentre os serviços são ofertados destacam-se: Infectologia, Dermatologia, Hepatologia, Neurologia, Pneumologia/Tisiologia, Nefrologia e Cardiologia, bem como a assistência multiprofissional em Enfermagem, Farmácia, Bioquímica, Psicologia e Odontologia, além das ações de apoio ao diagnóstico, realizadas nas modernas estruturas laboratoriais da instituição. Uma das maiores fortalezas da instituição é o fato de agregar, em um mesmo espaço físico, o atendimento aos pacientes com doenças infecciosas e parasitárias, à pesquisa, que gera evidências e novos conhecimentos para melhor atender a essa população. Atrelado a isso, a FMT agrega também atividades de ensino nos níveis de graduação (iniciação científica), residência médica e multiprofissional (pós-graduação latu sensu), mestrado e doutorado (pós-graduação strictu sensu – PPGMT), em convênio com a UEA. A instituição promove atendimento de qualidade a pacientes provenientes de todo o Estado do Amazonas além de estados vizinhos.

 

O Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGMT), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), funciona em convênio amplo com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Trata-se de um dos dois únicos programas de pós-graduação em Medicina Tropical/Doenças Infecciosas da Região Norte do Brasil. Com uma única área de concentração em Doenças Tropicais e Infecciosas, apresenta caráter interdisciplinar e multiprofissional, constituindo-se em espaço acadêmico para formação de mestres e doutores. A criação do PPGMT, em 2002, atendeu a uma importante demanda reprimida para a qualificação de profissionais da área da saúde na Amazônia Brasileira, fortalecida a partir de 2006 com a implantação do primeiro curso de doutorado na grande área de Ciências da Saúde, no estado do Amazonas.

 

O PPGMT foi criado com a proposta de minimizar as diferenças regionais na formação de recursos humanos, comprometendo-se com os determinantes sociais do processo saúde-doença e formar mão-de-obra especializada para a pesquisa e o ensino em saúde na região amazônica. Cronologicamente a formatação dessa ideia se iniciou em meados de 2001 quando a UEA foi criada, tendo na área de saúde, três cursos: Enfermagem, Medicina e Odontologia, com a participação, entre os integrantes do seu corpo docente, de profissionais da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas – FMTAM hoje denominada de Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado – FMT-HVD.

 

Havia um déficit muito alto de mestres e doutores na área da saúde, o que motivou as duas instituições a se unirem juntando tradição e histórico de excelência em assistência, ensino e pesquisa em doenças tropicais e infecciosas da FMTAM em 2002. Nesse mesmo ano foi firmado um Convênio que culminou com a submissão de uma proposta de Curso de Mestrado em Doenças Tropicais e Infecciosas – CMDTI, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/CAPES. O corpo docente permanente era composto de pesquisadores da FMTAM, e professores ainda não concursados da também recém-criada UEA. A proposta foi recomendada com conceito 3 e a primeira turma foi composta de 22 alunos, em sua maioria médicos. Dessa turma, após um tempo recorde de 21 meses, a primeira aluna defendeu sua dissertação.

 

Em 2004 o PPGMT, com menos de 2 anos de atividades, enviou seu primeiro relatório de avaliação trienal (2001-2003). Naquele momento, a Coordenação de Área emitiu parecer de evolução para Conceito 4, viabilizando assim, o acesso à submissão de uma proposta de criação do Curso de Doutorado, o que ocorreu já em 2005 quando o PPGMT submeteu e recebeu a recomendação da proposta de criação do Curso de Doutorado. Diversas estratégias foram criadas de modo a ampliar a produção científica, dentre as quais destaca-se a alteração do regimento condicionando a defesa do doutorando a apresentação de comprovante de aceite de pelo menos 3 artigos em revistas (internacionais), pois à época não existia o sistema de classificação Qualis da CAPES. Ainda como parte dessas estratégias, nesse ano iniciaram-se as ofertas de eventos, organizados pelos docentes com a colaboração de discentes.

 

Em 2006 foram selecionados 12 alunos para compor a primeira turma de doutorado. Dentre esses, dois eram egressos da 2ª turma de mestrado: Franklin Simões Santana Filho e Yonne Francis Chehuan Melo. Ambos tiveram seus trabalhos de dissertação premiados (1º e 2º lugar respectivamente) no XLI Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Em julho daquele ano foi realizado, no Auditório da Reitoria da UEA, o II Simpósio Internacional de Dermatologia. Na abertura deste Simpósio foi realizada uma palestra sobre o PPGMT, ocasião em que se fez a apresentação pública da primeira turma de doutorado da UEA/FMTAM. No mês de outubro a home page do Programa foi ao ar no site da UEA, consolidando o processo de transparência e desde então todas as informações que devem e podem ser publicadas estão sendo disponibilizadas para a comunidade.

 

Para a implementação e estruturação tanto dos cursos de Mestrado e Doutorado, o PPGMT/UEA contou com apoio financeiro da Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, que repassou cerca de R$700.000,00 para o curso de Mestrado e R$800.000,00 para o Doutorado. Esse recurso foi fundamental para viabilizar estratégias de crescimento do Programa, tendo sido responsável pelo suporte financeiro entre 2003-2010, permitindo a compra de materiais permanentes e insumos para a execução de mais de 50% dos projetos executados. Além disso, esse recurso permitiu a logística para a vinda de professores renomados de outras instituições que colaboraram ministrando disciplinas, participando de bancas e oferecendo as primeiras oficinas de redação científica aos discentes. Esses eventos deram subsídios aos egressos do mestrado e doutorandos para a publicação de suas dissertações e teses em periódicos indexados. O recurso permitiu também que os docentes ampliassem suas publicações e a visibilidade das mesmas por meio do pagamento de suas publicações em periódicos internacionais de grande impacto. O resultado demonstrou que a estratégia estava caminhando para a melhoria do PPGMT, mas a sustentabilidade precisava ser mantida para demonstração da mudança no longo prazo, viabilizando dessa forma a estruturação para consolidação do Programa.

 

Em 2007 a produção científica ainda em processo de estruturação, principalmente a publicação de artigos de docentes vinculados aos discentes e a seus trabalhos de conclusão dos cursos, Na 2ª avaliação (triênio de 2004-2006) foram computados 37 artigos na produção do Programa, dos quais apenas 10% continham docentes e discentes. O quantitativo não cumpria os critérios das novas exigências do triênio (Qualis) e no final da avaliação o PPGMT recebeu conceito 3. A partir daí o PPGMT elaborou um Planejamento Estratégico para o próximo período de avaliação.

 

Entre 2007 e 2008, quando o Planejamento Estratégico foi posto em prática, visando o fortalecimento do PPGMT, ampliaram-se as colaborações com professores e pesquisadores de instituições nacionais e internacionais. Com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), implementou-se um programa denominado Pesquisador Visitante Senior-PVS, que funcionou como um divisor de águas na evolução e crescimento do PPGMT. A qualidade dos trabalhos foi comprovada através das publicações e os resultados puderam ser observados por meio de indicadores pragmáticos.

 

Em 2009, com menos de 48 meses, foram titulados os primeiros doutores, sendo que uma aluna defendeu sua tese com 29 meses. Imediatamente, grande parte dos doutores recém titulados foram credenciados no PPGMT como docentes permanentes.

 

Em 2010 na 3ª avaliação do PPGMT, referente ao triênio de 2007-2009, a produção científica registrada foi de 95 artigos, a maioria publicados nos estratos B2-A2. Em 10% deles constava o nome de pelo menos um PVS. Um total de 53% continha discentes entre os autores o que permitiu ao PPGMT o retorno ao conceito 4.

 

Em 2013 na avaliação do triênio 2010-2012, o PPGMT demonstrou a sustentabilidade da iniciativa, com 52% dos 99 artigos científicos com discentes entre os autores. Além disso, 31% desses artigos tinham pelo menos um PVS entre os autores. Naquela ocasião o conceito do PPGMT foi elevado para 5.

 

Em 2017, quando se realizou pela primeira vez avaliação quadrienal (2013-2016) foram publicados 209 artigos, dos quais 105 (50%) continham discentes e 95 (45%) continham o nome de algum PVS, demonstrando claramente o sucesso da inciativa e a sustentabilidade do PPGMT.

 

Na avaliação quadrienal referente ao período de 2017 a 2020, o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGMT) apresentou um total de 356 artigos científicos publicados, dos quais 176 (49,4%) contaram com a participação de discentes e/ou egressos, evidenciando o forte envolvimento formativo do programa em sua produção intelectual. À época, o PPGMT contava com apenas um docente permanente vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Saúde (PVS/CAPES), o professor Henrique Silveira, o que reforça a capacidade de sustentação autônoma do programa, refletida em uma produção científica consistente e expressiva, com elevada proporção de artigos classificados em estratos A do Qualis. No entanto, a heterogeneidade observada tanto na produção intelectual geral quanto na produção vinculada a discentes e egressos contribuiu para a manutenção da nota 5 atribuída ao programa no referido ciclo avaliativo.

 

Já no quadriênio 2021-2024, o PPGMT matriculou 686 alunos, sendo 495 (72,1%) no mestrado e 191 (27,9%) no doutorado. Desses, 405 já se titularam, com 305 mestres (75,3%) e 100 doutores (24,7%). Somente em 2024, foram admitidos 35 novos alunos (29 de mestrado e 6 de doutorado), enquanto 32 alunos concluíram seus cursos (24 mestres e 8 doutores).

 

A crescente internacionalização do PPGMT é evidenciada pela participação de 21 alunos estrangeiros através do Programa de Alianças para a Educação e a Capacitação (PAEC-GCUB), sendo 9 doutorandos e 12 mestrandos oriundos de países como Venezuela, Colômbia, Cuba, México, Guatemala, Nicarágua, Haiti, Peru, Nigéria, Quênia, Honduras e República Dominicana. Além disso, outros 8 estrangeiros já passaram ou ainda estão vinculados ao programa, provenientes de Moçambique, Nicarágua, Peru e México. Essa presença fortalece a projeção internacional do PPGMT, fomentando o intercâmbio acadêmico e contribuindo para avanços científicos na área de doenças tropicais.

 

O PPGMT, alinhado às diretrizes de expansão do conhecimento científico, desenvolve atividades em diversos municípios do Amazonas, fortalecendo parcerias com secretarias estaduais e municipais de saúde e com o Ministério da Saúde. Suas iniciativas incluem pesquisas científicas, atividades de extensão, atendimentos médicos, exames laboratoriais, capacitação de profissionais de saúde e educação em saúde. Esse conjunto de ações reforça a integração entre a pesquisa acadêmica e as necessidades da população, assegurando que o conhecimento gerado no PPGMT se traduza em impactos concretos na saúde pública e no desenvolvimento regional.