PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL
O Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGMT), área de concentração Doenças Tropicais e Infecciosas, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) funciona em convênio amplo com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Apresenta caráter interdisciplinar e multiprofissional, constituindo-se em espaço acadêmico para formação de mestres e doutores. Trata-se de um dos dois únicos programas de pós-graduação em Medicina Tropical/Doenças Infecciosas da Região Norte do Brasil.
CAPES: Avaliação Quadrienal 2017 Conceito 5
Período de avaliação: 2017 a 2020
Área de avaliação: Medicina II
Histórico
O Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGMT), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) funciona em convênio amplo com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Trata-se de um dos dois únicos programas de pós-graduação em Medicina Tropical/Doenças Infecciosas da Região Norte do Brasil. Com uma única área de concentração em Doenças Tropicais e Infecciosas, apresenta caráter interdisciplinar e multiprofissional, constituindo-se em espaço acadêmico para formação de mestres e doutores.
A criação do PPGMT em 2002 atendeu a uma importante demanda reprimida para a qualificação de profissionais da área da saúde na Amazônia Brasileira, fortalecida a partir de 2006 com a implantação do primeiro curso de doutorado na grande área de Ciências da Saúde, no estado do Amazonas.
Conforme ressaltado na Avaliação Quadrienal 2013-2016, o PPGMT apresenta impacto regional muito relevante para o desenvolvimento das atividades de ensino superior e pesquisa, sendo que suas atividades do Programa contribuíram para a nucleação de 3 outros Programas no Estado do Amazonas. No quadriênio em andamento, a meta do grupo é consolidar sua internacionalização, captação de recursos de diferentes agências e capacidade de produção acadêmica e de titulação, especialmente de doutores. Para isso, está levando em consideração todas as oportunidades de melhoria levantadas na avaliação anterior, com destaque para a adequação do seu corpo docente permanente, por meio de normas de cadastramento e recadastramento de docentes permanentes mais rígidas em relação à produtividade e capacidade de formação de recursos humanos. Além disso, hoje o curso já é conduzido quase que exclusivamente por docentes permanentes, com poucas exceções de professores colaboradores e visitantes que auxiliam em disciplinas e co-orientação de alunos. A meta do grupo é clara, ou seja, de elevar seu conceito na próxima avaliação quadrienal, sendo o primeiro curso com Conceito 6 na Região Amazônica.
Até o final de 2017, o PPGMT matriculou um total de 306 alunos, sendo 228 (74.5%) de mestrado e 78 (25.5%) de doutorado. Deste total, 202 foram titulados, sendo 162 (83%) de mestrado e 40 (17%) de doutorado. Neste mesmo momento, 59 alunos estão cursando, sendo 39 (66.1%) de mestrado e 20 (33.9%) de doutorado. Um total de 44 alunos foram desligados desde o início do curso, demonstrando uma taxa de desistência relativamente baixa. Um aluno migrou do mestrado para o doutorado em 2016. Para 2018 foram selecionados 21 alunos de mestrado que se matricularam no mês de fevereiro e março. Dentre estes, foram matriculados 3 alunos de mestrado selecionados pelo Programa de Alianças para Educação e Capacitação (PAEC-OEA-GCUB), no âmbito do Acordo de Cooperação entre a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB) e 10 de doutorado, dentre eles 1 pelo PAEC. No caso do doutorado a seleção é realizada de forma contínua, com novas inscrições iniciando em fevereiro e finalizando em setembro de cada ano, sendo que o numero de vagas está na dependência da disponibilidade de orientador.
Uma característica importante do PPGMT para a formação e qualificação de recursos humanos nessa região, diz respeito ao perfil dos ingressantes, tanto nos cursos de doutorado quanto no mestrado. Nos primeiros 5 anos de atividade do PPGMT, 90% dos alunos matriculados tinham vinculo empregatício. Nos anos mais recentes vem se observando um aumento gradativo de ingressantes no PPGMT sem vínculo empregatício (70% no mestrado e 30% no doutorado), sendo que os doutorandos sem vínculo com o mercado de trabalho são principalmente aqueles egressos do curso de mestrado, que dão continuidade a seus projetos de mestrado e atuam em tempo integral. Embora grande parte dos alunos não tenham perfil para receber bolsa por terem vinculo empregatício, historicamente o PPGMT já implementou bolsas para 155 alunos (110 de mestrado e 45 de doutorado). Em 31/12/2017, temos 43 alunos recebendo bolsas, sendo 25 de mestrado e 18 de doutorado.
O que se observa é que os nossos egressos são bem absorvidos no mercado de trabalho, considerando que a oferta ainda é grande, especialmente no ensino superior e na pesquisa, seja em instituições publicas ou privadas. Para evidenciar este fato, todos os 40 doutores formados até o momento encontram-se afiliados efetivamente a importantes instituições públicas de ensino e pesquisa, com destaque para a própria FMT-HVD, UEA, as duas instituições (em contratos duplos), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, Universidade Federal do Amazonas, Fundação de Dermatologia Alfredo da Matta, Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas, Universidade Federal de Roraima e Fiocruz (INI-RJ). Dois estão como docentes em IES privadas. O próprio PPGMT tem em seu quadro, onze docentes permanentes que são egressos do curso de doutorado, inseridos nessa categoria para fortalecimento das linhas de pesquisa já existentes, bem como criando outras linhas importantes para o programa.
A participação permanente e efetiva de vários professores que tem ocupado o cargo de coordenação do programa, desde sua criação, tem permitido a renovação de ideias e a diversidade na gestão, com substanciais melhorias administrativas e acadêmicas a cada período de avaliação em um processo harmônico de acumulação progressiva de experiências positivas.
Destaca-se ainda que 4 egressos atualmente são coordenadores de cursos de pós-graduação stricto sensu no Amazonas. A formação de uma cultura sólida na gestão de programas de pós-graduação stricto sensu no Norte do país é também um objetivo secundário dessa estratégia, na expectativa de que cada vez mais programas sejam abertos, multiplicando as capacidades de formação para contribuir efetivamente para a superação definitiva das desigualdades regionais em relação ao número de mestres e doutores, em comparação com o restante do país.
No ano da criação do programa, não havia nenhum professor efetivamente concursado da UEA entre os docentes, sendo todo o seu quadro de doutores pertencente à FMT-HVD ou em regime temporário na UEA. Hoje o quadro permanente é composto por 10 professores pesquisadores da FMT-HVD, 9 docentes efetivos da UEA e 4 pesquisadores de outras instituições. Recentemente, a FMT-HVD realizou concurso público para 6 vagas de pesquisadores, com a possibilidade de admissão ainda em 2018.
Objetivos gerais do programa
A área de estudo do PPGMT contempla as doenças tropicais e infecciosas de maior ocorrência e impacto na Região Amazônica, em seus diversos aspectos biológicos, imunológicos, epidemiológicos, entomológicos, patogenéticos e terapêuticos. A parceria da UEA com uma instituição de pesquisa (FMT-HVD), que também é parte do Sistema Único de Saúde (SUS), permite uma permanente retroalimentação das linhas e prioridades de pesquisa, com base na carga das doenças. Ou seja, a pesquisa aplicada que é desenvolvida no PPGMT é uma resposta aos principais problemas de saúde pública relacionados com doenças infecciosas, no Estado do Amazonas, colaborando de forma muito direta para o seu controle ou resolução.
Estrutura Curricular
Em 2018, foi aprovada uma reformulação no regimento da pós-graduação stricto sensu na UEA, o que consideramos que foi benéfico para a aprovação de uma nova estrutura curricular no PPGMT, mais flexível e que permite maior interação entre os cursos existentes na própria universidade e com os cursos de outras instituições. O currículo dos cursos do programa é composto por um conjunto de disciplinas ministradas sob a forma de aulas teóricas, seminários, trabalhos práticos ou outras atividades didáticas. Antes inexistente como disciplina independente, a Prática Docente Supervisionada passou as ser considerada uma atividade obrigatória para os alunos bolsistas e optativa para os demais, propiciando uma maior interação com a graduação. No novo regimento do curso, o aluno que for autor ou co-autor de trabalho publicado em revista Qualis B2 ou superior (na área da Medicina II), tendo algum docente do quadro permanente como co-autor, durante o curso, terá direito a 2 (dois) créditos por artigo, mediante solicitação formal à coordenação do programa. Poderão ainda ser aceitos todos os créditos optativos obtidos em outros programas da UEA, que serão computados pelo PPGMT em unidades curriculares específicas. Da mesma forma, poderão ser aceitos todos os créditos obtidos em outros programas de Medicina Tropical/Doenças Tropicais de outras instituições do Brasil, que serão computados pelo PPGMT em unidades curriculares específicas. Esta última mudança foi uma conquista obtida após a criação da Rede Nacional de Programas de Pós-Graduação em Doenças Tropicais/Medicina Tropical, composta atualmente por 9 programas, por iniciativa da coordenação do PPGMT.
Experiências inovadoras de formação
No PPGMT tem-se oportunizado a participação dos doutorandos na Coordenação de projetos em duas categorias:
1) Coordenação de projeto aprovado em agência de fomento – No Estado do Amazonas a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas permite que mestres concorram nos editais para financiamento de pesquisas. Assim, ao concluir o mestrado o profissional está apto a captar o recurso financeiro para seu projeto de doutorado. Dessa forma, no PPGMT tanto egressos quanto mestres titulados em outros programas não dependem de financiamentos do orientador para serem inseridos em algum projeto e assim pleitear o curso de doutorado. Em torno de 20% dos doutorandos captaram recursos financeiros para a realização de seus projetos de tese.
2) Coordenação e orientação de projetos de Iniciação Científica – Os doutorandos do PPGMT são incentivados a submeterem subprojetos vinculados aos objetivos de suas propostas de tese ao Programa de Apoio a Iniciação Científica da FMT-HVD e da UEA. Assim, são treinados na orientação de alunos de IC, contribuindo assim na formação de graduandos.
3) Em 2018, foi aprovada uma reformulação no regimento do PPGMT, o aluno regularmente matriculado no curso de mestrado, há pelo menos 12 meses, poderá, no momento do exame de qualificação, se candidatar à migração para o doutorado, desde que conte com a anuência do orientador.
A FMT-HVD inicia o treinamento dos jovens ainda na graduação através da Iniciação Científica oferecendo oportunidade para ingresso no mestrado e/ou doutorado. Também disponibiliza especialização para profissionais médicos, em Infectologia, Dermatologia, Hepatologia, Pediatria e Medicina Tropical e residência multiprofissional (Farmácia, Fisioterapia, Psicologia e Enfermagem). Após a conclusão do doutorado aqueles que tem boa produção científica e que já tem projetos financiados podem se candidatar ao quadro de docentes do programa. Além disso, a instituição tem múltiplas parcerias com instituições nacionais e internacionais, o que facilita estágios. É possível, portanto, formar o cientista desde sua base na graduação até sua titulação máxima.
Indicadores de integração com a graduação
Tanto docentes quanto discentes e egressos deste programa atuam nos cursos de graduação da UEA e de outras IES do Amazonas. Dos 23 docentes permanentes, 16 tem vínculo direto com cursos de graduação.
Na FMT-HDV, são oferecidos estágios aos estudantes de graduação na área de saúde e são desenvolvidas atividades de iniciação à pesquisa (por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica – PAIC, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM), inserindo estudantes de graduação tanto da UEA quanto de outras IES, nos projetos de pesquisa de dissertação e teses dos discentes deste programa, fortalecendo a interação entre o curso de pós-graduação e a graduação, gerando benefícios para ambos.
O PAIC da FMT-HVD completou 15 anos de existência e, portanto, caminhou em paralelo com a história do PPGMT, se retroalimentando. As bolsas atualmente são totalmente financiadas pela FAPEAM. No programa da FMT-HVD, alunos de doutorado podem orientar alunos de IC, exercitando sua capacidade de supervisão e orientação científica. Neste quadriênio, é possível conceder créditos optativos para alunos de doutorado que desempenharem esse papel em sua integralidade. A participação dos alunos do PPGMT no Congresso de Iniciação Científica da FMT-HVD (que acontece desde 2011), avaliando trabalhos e assistindo às diversas palestras que discutem sobre temas científicos específicos e pesquisa no Brasil também dá direito a um crédito optativo.
A FMT-HVD inicia o treinamento dos jovens ainda na graduação através da Iniciação cientifica oferecendo oportunidade para ingresso no mestrado e/ou doutorado. Também disponibiliza especialização para profissionais médico, em Infectologia, Dermatologia, Hepatologia, Pediatria, e residência multiprofissional (Farmácia, Fisioterapia, Psicologia e Enfermagem). Após a conclusão do doutorado podem se candidatar ao quadro de docentes do programa. Além disso a instituição tem múltiplas parcerias com instituições nacionais e internacionais, o que facilita estágios. É possível, portanto, formar o cientista desde sua base na graduação até sua titulação máxima.
Intercâmbios Nacionais e Internacionais
REDE NACIONAL DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOENÇAS TROPICAIS/MEDICINA TROPICAL – Composta atualmente por 9 programas, por iniciativa da coordenação do PPGMT. A implementação das atividades a seguir serão estimuladas no âmbito da rede:
i) Facilitar o intercâmbio de docentes colaboradores e visitantes entre os programas, contribuindo com ações importantes para o desenvolvimento dos programas, com intercâmbios produtivos e de boa qualidade, respeitando-se que a sustentação de cada programa, contudo, deve estar alicerçada sempre no conjunto de seus docentes permanentes;
ii) Promover/organizar eventos científicos nacionais e internacionais, envolvendo o corpo docente e discente dos programas;
iii) Promover convênios interinstitucionais na área de ensino, com mobilização do corpo discente dos programas, pela criação de disciplinas compartilhadas entre os programas, especialmente ministradas em língua inglesa. No PPGMT, já podem ser aceitos todos os créditos obtidos em outros programas de Medicina Tropical/Doenças Tropicais de outras instituições do Brasil, que serão computados pelo PPGMT em unidades curriculares específicas. Esta última mudança foi uma conquista obtida após a criação da Rede Nacional de Programas de Pós-Graduação em Doenças Tropicais/Medicina Tropical.
iv) Promover convênios interinstitucionais na área de pesquisa, com mobilização do corpo discente dos programas, especialmente de alunos de doutorado, pelo estímulo de estágios nas instituições com cursos parceiros;
v) Demandar o lançamento de editais que garantam fomento para projetos no âmbito da rede;
vi) Promover intercâmbio de pesquisadores em estágio pós-doutoral entre os cursos da rede, especialmente com apoio de agências de fomento;
vii) Incentivar a colaboração entre os docentes da rede por meio de uma política de projetos multicêntricos e publicações científicas conjuntas;
viii) Atuação do corpo docente dos cursos da rede em palestras, bancas examinadoras, cursos e outras atividades didáticas, com extensão para toda a rede;
ix) Estimular a captação conjunta de recursos financeiros a partir de agências financiadoras nacionais e internacionais;
x) Criação de espaço para avaliação anual das atividades da rede nos congressos da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
ATIVIDADES CONJUNTAS E SISTEMÁTICAS COM OUTROS PROGRAMAS – Desde sua criação, o PPGMT tem sido fortalecido pela parceria entre UEA e FMT-HVD. Ao longo dos 15 anos de parceria e atividades realizadas a tendência tem sido maior interação formal e informal com outras IES e IP de Manaus e de outros estados brasileiros.
Além da infraestrutura física, de pessoal e de acesso aos sujeitos da pesquisa de ambas instituições, o programa parcerias e desenvolve projetos em colaboração com importantes instituições locais, como o Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA), o Instituto Leônidas e Maria Deane (FIOCRUZ-Amazônia), Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM), Fundação Alfredo da Matta (FUAM), Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Universidade Nilton Lins (UNL) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde muitos orientadores também atuam na área da pesquisa.
Fora da Amazônia, as principais parcerias se dão com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Centro de Pesquisas René Rachou (FIOCRUZ-Minas Gerais), Instituto Oswaldo Cruz (IOC-FIOCRUZ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI-FIOCRUZ), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), Instituto Butantan (IB), Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) e Universidade Federal de Goiás (UFG).
Uma importante conquista no quesito Intercâmbios Nacionais foi a aprovação do projeto “Fortalecimento de programas de Pós-Graduação, na Amazônia e na Extra-Amazônia, com ênfase em envenenamentos ofídicos: uma estratégia de formação de pessoal e interdisciplinaridade”, pelo Edital CAPES PROCAD EDITAL Nº 071/2013. Nesta proposta, os Programas de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGMT), em Toxinologia do Instituto Butantan (PPGTox) e em Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Tocantins (UFT) (PPGCiamb) buscarão a formação conjunta e multidisciplinar de mestres e doutores que atuem nos problemas relacionados ao envenenamento ofídico sob os prismas clínico, toxinológico e ambiental, avançando no conhecimento da problemática da Amazônia, e com respostas extensíveis às outras áreas onde o ofidismo se destaca como problema de saúde. Nesta área, o PPGTox (IBU) tem vasta experiência em estudos de composição e mecanismo de ação dos venenos e antivenenos e desenvolvimento de testes laboratoriais importantes para o diagnóstico e acompanhamento dos acidentes ofídicos.
Além disso, o IB é centro de referência internacional na produção de soros antiofídicos utilizados no tratamento desses acidentes. O PPGMT (FMT-HVD) implantou recentemente a linha de pesquisa em acidentes por animais peçonhentos. A FMT-HVD é a referência no estado do Amazonas para esse tipo de agravo e conta, desde 2013. Com a construção da Unidade PESCLIN III, pretende aumentar a captação de projetos de ensaios clínicos, seja pelo maior aporte de recursos, pela vocação da área endêmica de Manaus ou pela inserção da FMT-HVD dentro da Rede Nacional de Pesquisa Clínica do Ministério da Saúde, o que se constitui em uma fortaleza do programa. O PPGCiamb (UFT) apresenta uma vocação para estudos da biodiversidade e está iniciando seus trabalhos na área de Toxinologia. Considerando a complementaridade da expertise de cada equipe, espera-se que essas interações tragam resultados importantes nos programas de pós-graduação envolvidos através da cooperação interinstitucional que permitirá uma formação multidisciplinar dos alunos, com estágios e cursos em outros programas. Além de publicações relevantes e de alto impacto esperamos também resultados de interesse para a sociedade, como o delineamento de novos imunógenos, produção de novos antivenenos, testes para imunodiagnóstico do ofidismo, e estabelecimento de parâmetros e protocolos clínicos que irão substanciar estudos clínicos multicêntricos para o tratamento dos acidentes ofídicos, melhorando a capacidade clínica estabelecida para lidar com o agravo na região norte, visando a diminuição de complicações clínicas e óbitos, com prognósticos mais favoráveis.
O intercâmbio é intenso e muitos alunos dessas instituições desenvolvem suas dissertações e teses em parceria com nossos professores em Manaus e vice versa. Isso garante visibilidade do programa e de suas instituições, além de permitir aos nossos alunos o trabalho conjunto com alunos de outros programas de pós-graduação.
Dentro das metas do PPGMT para o próximo quadriênio, está formação de recursos humanos além do âmbito da capital do Amazonas. Essa possibilidade vem sendo discutida entre o colegiado e vislumbra-se a possibilidade de realização da seleção dos candidatos interessados nos município onde a UEA tem Centros de formação superior. Dos cinco existentes, 3 (três) formam profissionais nas áreas de saúde e ciências biológicas (Parintins, Tefé e Tabatinga). No momento, ainda não temos um quadro de docentes que possam se deslocar para realizar as atividades no interior e por isso será necessário à vinda dos selecionados para cursar os créditos em Manaus. Discute-se a possibilidade de realização dos projetos no município de origem, especialmente com a colaboração de docentes efetivos da UEA. Nesse sentido, pretende-se formar recursos humanos com a colaboração de docentes da própria UEA, bem como formar profissionais ainda sem títulos de mestre ou doutor para atuar no interior do Estado.
No âmbito de instituições de outros países o PPGMT tem colaboração com Instituto de Salud Global (ISGlobal-Espanha), CRESIB (Espanha), Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT-Portugal), Walter & Eliza Hall Institute (Austrália), Sardar Patel Medical College (Índia), Fundação Manhiça (Moçambique), Instituto de Inmunología del Valle (Colômbia), Universidad Peruana Cayetano Heredia (Peru), John Hopkins School of Medicine e Emory University (EUA), entre outros.
Professores e pesquisadores nacionais e internacionais são frequentemente convidados a proferirem palestras nas Sessões Científicas (que acontece todas as quartas-feiras, de 11 as 12 horas, no Auditório Dr. Luiz Montenegro da FMT-HVD) ou em eventos esporádicos realizados pela UEA ou pela FMT-HVD. Também há convites frequentes para participação em bancas de julgamento de dissertações e teses do programa.
A busca de profissionais de outros países latino-americanos, africanos (São Tomé e Príncipe) ou mesmo europeus (Espanha) para inserção no PPGMT, tem agregado uma experiência importante de internacionalização na relação entre corpo docente e discente, ampliando inclusive os horizontes das principais linhas de pesquisa do programa. Um avanço neste sentido foi o convênio firmado pela UEA com o Programa Alianças para a Educação (PAEC), oferecendo bolsas de mestrado e doutorado para alunos selecionados provenientes dos países membros da OEA (Organização dos Estados Americanos). Hoje, o PPGMT tem 3 alunos de doutorado e 5 de mestrado provenientes deste programa.
Os cartazes de divulgação dos processos seletivos hoje são enviados em meio físico para várias IES e IP de todo o mundo, assim como chamadas em sites de sociedades e revistas científicas internacionais de grande visibilidade. Em 2014, foi assinado o convênio de co-tutela com a Universidade de Barcelona (Espanha), com quem a UEA já mantém estreita colaboração técnico-científica.